Londres - Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em queda, em sua maioria, refletindo a preocupação com o futuro econômico da zona do euro diante de rumores sobre a possibilidade de Silvio Berlusconi deixar o cargo de primeiro-ministro do país. Dados mais fracos do que o previsto sobre as vendas no varejo do bloco monetário e o rebaixamento da recomendação dos papéis europeus pelo Morgan Stanley também contribuíram para o declínio.
"O foco mudou para a Itália e os rumores sobre a saída ou permanência de Silvio Berlusconi. Isso gerou 'ruído' no mercado sem oferecer direção e pode ser um tema recorrente nos próximos dias", disseram analistas do IG Index.
Vários parlamentares da Itália que anteriormente eram leais a Berlusconi ameaçaram oposição ao primeiro-ministro numa votação sobre o orçamento da Itália, prevista para amanhã. Além disso, nos próximos dias Berlusconi pode ser submetido a um voto de confiança que possivelmente perderá caso esses parlamentares mantenham seu posicionamento.
"A impressão que temos agora é a de que ele não tem a maioria que pensa possuir, dada a queda em sua popularidade e várias controvérsias. Ele não é considerado o homem certo para arrumar a bagunça", disse Will Hedden, operador de vendas do IG Markets. "Se ele realmente perder a maioria, não vai formar a coalizão", acrescentou.
Na Itália, se um governo perde a maioria no parlamento, é preciso formar um gabinete misto ou um governo interino para resolver assuntos urgentes antes de ser convocada uma eleição. Hoje cedo, a taxa de retorno, ou yield, projetada pelos títulos soberanos da Itália com vencimento em 10 anos atingiu um pico de 6,67% no mercado secundário, segundo a FactSet Research, aproximando-se do nível em que estavam os yields dos títulos de Grécia, Portugal e Irlanda quando esses países precisaram ser resgatados.
O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,32 ponto, ou 0,55%, para 238,44 pontos. Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 recuou 16,34 pontos, ou 0,30%, para 5.510,82 pontos. Em Paris, o CAC 40 perdeu 19,95 pontos, ou 0,64%, para 3.103,60 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra DAX fechou em baixa de 37,48 pontos, ou 0,63%, a 5.928,68 pontos.
Em Milão, o índice FTSE MIB subiu 202,39 pontos, ou 1,32%, para 15.548,94 pontos. O IBEX 35, da Bolsa de Madri, recuou 120,00 pontos, ou 1,40%, para 8.476,40 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve alta de 12,35 pontos, ou 0,21%, para 5.762,32 pontos.
O ASE, da Bolsa de Atenas, avançou 10,41 pontos, ou 1,39%, para 761,04 pontos, em meio a notícias de que o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, pretende deixar o cargo, abrindo caminho para a formação de um novo governo de coalizão.
Entre os destaques da sessão, a Alcatel-Lucent caiu 7,7% depois de a recomendação de suas ações ter sido rebaixada para vender, de comprar, pela Standard & Poor's Equity Research.
O Carrefour também perdeu 2,6% depois de a recomendação de seus papéis ter sido rebaixada para vender, de neutra, pelo Citigroup. "Achamos que o mercado subestima o grau de influência negativa que a alavancagem do Carrefour terá sobre a estratégia da empresa", afirmou o banco.
Mais cedo, dados mostraram que as vendas no varejo da zona do euro encolheram 0,7% em setembro na comparação com agosto, mais do que a queda de 0,1% esperada pelo mercado. As ações da varejista Metro caíram 2,1% em Frankfurt.
A Bayer subiu 2,5% após ter anunciado, na última sexta-feira, que as autoridades norte-americanas aprovaram o medicamento Xarelto, produzido pela companhia, como tratamento para evitar derrames. O diretor financeiro da Bayer, Werner Baumann, disse durante uma entrevista no final de semana que a empresa aumentou o volume de dinheiro em caixa para 3,8 bilhões de euros com o objetivo de se proteger de uma eventual desaceleração na economia. O caixa da Bayer deve cair bastante em abril de 2012, quando expiram cerca de 2 bilhões de euros em títulos da companhia.
O ING Groep fechou em baixa de 3,9%, a 5,77 euros por ação, depois que o Société Générale rebaixou o rating dos papéis para manter, de comprar, e reduziu o preço-alvo para 7 euros, de 9 euros. As ações da International Consolidated Airlines caíram 4,5%. A Investec rebaixou a recomendação dos papéis para vender, de manter, e afirmou que não há razões para possuir ações da companhia no curto prazo por causa de sua ampla vulnerabilidade às condições econômicas. As informações são da Dow Jones.
Fonte: veja
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